Tu és a caneta
Tu és a caneta
E eu, apenas papel;
Escreve em mim
Com tua letra
A mensagem do Céu.
Tu és a caneta
E escreves certo, direito,
Nas linhas tortas do meu peito
Palavras dos lábios Teus…
Tu és, ó Senhor, a caneta
De ouro depurado,
E bem sabes que não passo
De um palimpsesto rabiscado
Que esconde erros e fracassos
De um passado de breu.
Por isso, eu te peço, ó Senhor,
De joelhos, temente,
Que escrevas forte,
Indelevelmente,
Neste frágil pergaminho
O mapa do Caminho
Trilhado pelo Filho Teu.
Há uma flor no meu jardim
Há uma flor no meu jardim
Uma flor inquieta pelo vento
Solitária
Por fora e por dentro
Como um convento
Ausente de si
Ausente de mim
Ausente do tempo
Flor cimento
Florescimento
Flor de pedra
Flor de carne
Flor carmesim
Flor de jasmim.
Lua Moída
Lua de ouro
Da cor da magia
Da noite és dama
És fada do dia…
Lua de prata,
De prata esbatida
Lua inteira,
Lu-a par-ti-da.
Lua de pedra,
de
pedra
caída
Lua m-o-í-d-a
na moenda-poesia.
Sonho de Criança
Sonho de criança
É terno e ardente
Como uma trança
De lua cadente, mansa
A enfeitar a janela
De arabescos de manjar…
Sonho de criança
É esbelto como u’a caravela
A cantar pras ondas belas
Serenatas coloridas
E cantigas de ninar…
Criança, pois, que se preze
Sempre há de sonhar
Nas estrelas verá bolinhas
Nas folhas, rede e raquete
E mesa verá no luar…
Pingue-pongue
Uma pra lá
Outra pra cá
As raquetes
Como dançam
No tapete de luar!
Pingue-pongue
Dingue-dongue
Sonho, sonha, sonhar
Rodo, roda, rodar
As estrelas e o relógio
Não param de desenhar
Luares de caramelo
E castelos de luar…
Sonho, sonha, sonhar
Rodo, roda, rodar
Sonho de criança
Não dá pra controlar!
É tinta amando a tela
É vento levando a vela
Pra namorar…
Pingue-pongue
Dingue-dongue
Sonho de criança
É belos às vezes tanto
Que nem dá pra imaginar
É perder-se de encanto
É amanhecer sem acordar…
Prof° Me. Joubert Castro Perez– Professor e Mestre em Linguística